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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vale a pena conferir,como fez Camila estudante de Jornalismo da Newton em Belo horizonte.

Jornal Nacional como fazer

ISBN: 8525047244
ISBN-13: 9788525047243
Livro em português
Brochura
- 24 x 17 cm 1ª Edição - 2009


248 pág.



Este livro tem o objetivo de mostrar, mesmo para quem não seja profissional do jornalismo, como é construído, dia a dia, o Jornal Nacional. Nesta obra são explicados quais os critérios utilizados para selecionar os assuntos publicados e apresenta o cronograma de um dia típico na redação detalhando as etapas com exemplos que permitam ao leitor compreender sua importância. O livro traz ainda, edições atípicas do JN - aquelas que saíram completamente do formato habitual por força de alguma notícia ou de algum evento de magnitude - O barco que era para ter sido usado na Caravana JN e que não foi. Os bastidores de um JN apresentado na laje de um prédio em construção. O dia em que freiras salvaram o Jornal Nacional

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

RECURSOS DA INFORMÁTICA E A LÍNGUA PORTUGUESA

O exemplo mais significativo desta união entre a língua Poruguesa e a informática se refere a

edição e revisão de textos. Em processadores como o Word, a verificação ortográfica é muito facilitada. "O professor pode deixar o corretor ortográfico ligado para que os estudantes tentem resolver, com autonomia, alguns dos erros - o que não o isenta de seguir ensinando ortografia", aponta Cláudio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio. Em termos de organização textual, a vantagem é poder mudar de lugar, ampliar, cortar e eliminar frases e parágrafos, experimentando novas soluções para a composição sem precisar escrever tudo novamente a cada nova versão.
Na hora de revisar, o computador é o melhor instrumento.É a tecnologia a favor da escrita manual.
Mause e teclado são instrumentos que vieram substituir o lápis, a borracha e os marcadores de textos,agilizando o processo de correção.
Assim é possível explorar vários aspectos da correção e ganhar tempo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Da Felicidade


Quantas vezes a gente
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão portoda parte os òculos procura,
tendo-os na ponta do nariz.

Mário Quintana
DO AMOROSO ESQUECIMENTO
Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Mário Quintana



DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
Mário Quintana

Mario Quintana

Mario Quintana foi um importante escritor, jornalista e poeta gaúcho. Nasceu na cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) no dia 30 de julho de 1906. Trabalhou também como tradutor de importantes obras literárias. Com um tom irônico, escreveu sobre as coisas simples da vida, porém buscando sempre a perfeição técnica.

Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu Viveu na cidade natal até os 13 anos de idade. Em 1919, mudou-se para a cidade de Porto Alegre, onde foi estudar no Colégio Militar. Foi nesta instituição de ensino que começou a escrever seus primeiros textos literários.

Já na fase adulta, Mario Quintana foi trabalhar na Editora Globo. Começou a atuar na tradução de obras literárias. Durante sua vida traduziu mais de cem obras da literatura mundial. Entre as mais importantes, traduziu “Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust e “Mrs. Dalloway” de Virgínia Woolf.

Com 34 anos de idade lançou-se no mundo da poesia. Em 1940, publicou seu primeiro livro com temática infantil: “A rua dos cataventos”. Volta a publicar um novo livro somente em 1946 com a obra “Canções”. Dois anos mais tarde lança “Sapato Florido”. Porém, somente em 1966 sua obra ganha reconhecimento nacional. Neste ano, Mario Quintana ganha o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira dos Escritores, pela obra “Antologia Poética”. Neste mesmo ano foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras.

Ainda em vida recebeu outra homenagem em Porto Alegre. No centro velho da capital gaúcha é montado, no prédio do antigo Hotel Majestic, um centro cultural com o nome de Casa de Cultura Mario Quintana.

Faleceu na capital gaúcha no dia 5 de maio de 1994

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Obra infantil

1920 - A menina do narizinho arrebitado
1921 - Fábulas de Narizinho
1921 - Narizinho arrebitado
1921 - O Saci
1922 - O marquês de Rabicó
1922 - Fábulas
1924 - A caçada da onça
1924 - Jeca Tatuzinho
1924 - O noivado de Narizinho
1927 - As aventuras de Hans Staden
1928 - Aventuras do príncipe
1928 - O Gato Félix
1928 - A cara de coruja
1929 - O irmão de Pinóquio
1929 - O circo de escavalinho
1930 - Peter Pan
1930 - A pena de papagaio
1931 - Reinações de Narizinho
1931 - O pó de pirlimpimpim
1932 - Viagem ao céu
1933 - Caçadas de Pedrinho
1933 - Novas reinações de Narizinho
1933 - História do mundo para as crianças
1934 - Emília no país da gramática
1935 - Aritmética da Emília
1935 - Geografia de Dona Benta
1935 - História das invenções
1936 - Dom Quixote das crianças
1936 - Memórias da Emília
1937 - Serões de Dona Benta
1937 - O poço do Visconde
1937 - Histórias de Tia Nastácia
1938 - O museu da Emília
1939 - O Picapau Amarelo
1939 - O minotauro
1941 - A reforma da natureza
1942 - A chave do tamanho
1944 - Os doze trabalhos de Hércules
1947 - Histórias diversas

Monteiro Lobato

Nasceu em Taubaté,São Paulo,no dia 18 de abril de 1882.Em homenagem ao seu nascimento,neste dia comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil.
Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusto Lobato.Seu nome verdadeiro era José Renato Monteiro Lobato.
Escritor de contos de tendência regionalista e de histórias para crianças -as melhores que já se fizeram no país-,empresário de seus livros e fundador de nossa primeira editora (Editora Monteiro Lobato-1918.Esse autor pode ser considerado uma espécie de símbolo do honem moderno.
Em 1918 publica Urupês (espécie de parasita que se alimenta da seiva sugada dos troncos das árvores) é o nome da crônica na qlal Monteiro Lobato,com seu estilo oralizado que anuncia o Modernismo,,faz a caricatura de Jecab Tatu:personagem que se
tornou conhecidíssimo a partrir do monento em que Rui Barbosa o utilizou em sua campanha presidencial...

Monteiro Lobato -uma das personalidades mais controvertidas de toda literatura brasileira.

domingo, 15 de novembro de 2009

A escola para o jovem é um território que acolhe tudo e onde eles se sentem à vontade para exercitar suas vivências e convivências. É nesse território em que se dão encontros e relações, que o jovem questiona valores e começa a construir seu projeto de vida.
» Como ajudar seu filho na escolha profissional
» Saiba o que mudou com a nova Lei do Estágio
» Veja o ranking das melhores no Ensino Superior
Quem sou eu? O que eu posso ser? O que fazer para ser o que eu quero? O que eu quero para o meu futuro? Como posso me preparar para realizar meu projeto de vida? No ensino médio, é a escola, quando geradora de questionamentos, pensamentos, sentimentos e ações, que ajuda o adolescente a chegar a essas questões e a buscar suas próprias respostas.
Como uma obra em construção, a adolescência acontece no indivíduo principalmente no terreno da escola, onde o jovem passa boa parte de seu dia fora de casa. Há quem compare o processo individual àquele que se dá na coletividade contemporânea.
A escola que desejamos

A escola,até mesmo a considerada de boa qualidade,se restaura e se reinventa para esta nova realidade do ensino para não tornar-se obsoleta como instituição.
A ESCOLA QUE QUEREMOS É POSSÍVEL!
que o aluno seja considerado e visto em sua totalidade
para a descoberta de suas aptidões natas, as desenvolve e as transforma em habilidades específicas.
Encara o aluno como o ator principal de sua própria aprendizagem e de sua educação, além de ser o responsável pela construção de sua vida; vendo o professor como aquele que o ajuda, orienta, incentiva, provoca.

Adota como método uma pedagogia ativa, centrada no aluno, e voltada para a definição, o planejamento, a execução e a avaliação, pelos alunos, de projetos de aprendizagem relacionados aos seus interesses.

Vê sua missão como sendo a de contribuir para que o ser humano se torne capaz de definir e elaborar um projeto de vida e que construa as competências e as habilidades necessárias para transformá-lo em realidade.

Compõe a competência pessoal e coletiva; através dos processos de escolha e decisão. Com a decisão certa, capacita o ser humano a realizar o seu potencial, dentro de um projeto de vida de sua livre escolha.

Determina o tempo e o espaço

Administra o tempo e organiza o espaço de modo que venham a servir às necessidades de aprendizagem dos alunos, criando ambientes diversificados e horários flexíveis que facilitem a aprendizagem dos alunos à medida em que eles desenvolvem seus projetos.

Integra o conhecimento ao contexto

Interage criativamente com o mundo que a circunda, no plano mais próximo e mais distante, fazendo pleno uso das novas tecnologias de informação e comunicação que nada mais são do que formas eficientes de colocar pessoas em contato com pessoas e com a informação de que necessitam para viver suas vidas.

sábado, 14 de novembro de 2009

sobre escolas e cebolas

As cebolas ocupam um lugar destacado no meu pensamento. Penso-as, em primeiro lugar, de maneira científica: cebola, bolbo da planta Allium cepa, que ocupa um lugar definido na árvore das classificações botânicas. Penso-as, a seguir, de forma culinária: entidades acidentalmente lacrimogéneas, de tamanhos variados, cheiro característico e gosto saboroso, que se prestam a ser usadas em molhos, saladas, conservas e sopas. Penso-as, em terceiro lugar, como metáforas poéticas e descrevo-as, com Neruda, como “rosas de água com as suas escamas de cristal”: O quarto uso, acho que é só meu: a cebola faz-me pensar filosófica e pedagogicamente.

A cebola filosófica apareceu-me ao terminar a leitura do livro de Piaget,Biologia e conhecimento. Nesse livro ele sugere que a aprendizagem não á apenas um processo lógico: é um processo vital. O organismo aprende para poder “comer” o seu meio ambiente. O que não é vital não é aprendido. Aprender é fazer o corpo crescer por expansões sucessivas. Aí apareceu-me a cebola cortada horizontalmente. Basta olhar para compreender como a cebola aconteceu: tudo começou num círculo interno mínimo. Em torno dele as outras camadas foram crescendo. Sem saltos. A camada númeor 3 só aparece depois das camadas número 1 e 2. Na cebola não há buracos.

Cebola, metáfora da aprendizagem. Aquele círculo mínimo central é o corpo do aluno. O corpo, a que Nietzche dava o nome de grande razão, procura aprender o mundo que o cerca a fim de poder apreendê-lo: o meio ambiente deve-se tornar comida. Para que o corpo viva. O que não se transforma em comida, o que não é vital para o corpo, não aprendido.

Ela era professora universitária. Passara direitinho pela escola. Ensinaram-lhe física eléctrica, watts, volts, ohms, circuitos e motores. Tudo no papel. É preciso para passar no exame. Não estava já na sala de aula onde se fala. Estava na sala de sua casa, onde acontece. As lâmpadas apagaram-se. Sentiu-se perdida. A escola não lhe ensinara o que fazer na sua casa. Lembrou-se de que o pai, quando as lâmpadas se apagavam, trocava um fusível. Apelou para o filho de oito anos: “Onde estão os fusíveis?” O menino respondeu: “Já não há fusível, mãe. É disjuntor”. A mãe não sabia o que era disjuntor. Perguntou se fora na escola que aprendera aquilo. O menino disse que na escola não se aprendiam essas coisas de casa. Aprendera com o pai. Então o menino foi até à caixa dos disjuntores, viu o que tinha caído, ligou-o e a luz voltou.

A escoa ensinara a mãe a resolver problemas da camada número 10 da cebola, mas não ensinara a resolver os problemas da camada número 2. Confessou-me depois, meio encabulada, que também não sabia consertar tomadas e interruptores. E nem sabia manusear martelos e chaves de fenda.

"ENSINAR"

ENSINAR È UM EXERCÍCIO DE IMORTALIDADE.
DE ALGUMA FORMA
CONTINUAMOS A VIVER NAQUELES CUJOS OLHOS
APRENDERAM A VER O MUNDO PELA MAGIA DE NOSSA PALAVRA>
O PROFESSOR ASSIM NÃO MORRE JAMAIS...

Rubem Alves

RUBEM ALVES

"Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos
fragmentos de futuro em que a alegria é servida como
sacramento, para que as crianças aprendam que o
mundo pode ser diferente. Que a escola,
ela mesma, seja um fragmento do
futuro..."




Rubem Alves nasceu no dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais, naquele tempo chamada de Dores da Boa Esperança. A cidade é conhecida pela serra imortalizada por Lamartine Babo e Francisco Alves na música "Serra da Boa Esperança".

A família mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1945, onde, apesar de matriculado em bom colégio, sofria com a chacota de seus colegas que não perdoavam seu sotaque mineiro. Buscou refúgio na religião, pois vivia solitário, sem amigos. Teve aulas de piano, mas não teve o mesmo desempenho de seu conterrâneo, Nelson Freire. Foi bem sucedido no estudo de teologia e iniciou sua carreira dentro de sua igreja como pastor em cidade do interior de Minas.

No período de 1953 a 1957 estudou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas (SP), tendo se transferido para Lavras (MG), em 1958, onde exerce as funções de pastor naquela comunidade até 1963.

Casou-se em 1959 e teve três filhos: Sérgio (1959), Marcos (1962) e Raquel (1975). Foi ela sua musa inspiradora na feitura de contos infantis.

Em 1963 foi estudar em Nova York, retornando ao Brasil no mês de maio de 1964 com o título de Mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary. Denunciado pelas autoridades da Igreja Presbiteriana como subversivo, em 1968, foi perseguido pelo regime militar. Abandonou a igreja presbiteriana e retornou com a família para os Estados Unidos, fugindo das ameaças que recebia. Lá, torna-se Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary.

Sua tese de doutoramento em teologia, “A Theology of Human Hope”, publicada em 1969 pela editora católica Corpus Books é, no seu entendimento, “um dos primeiros brotos daquilo que posteriormente recebeu o nome de Teoria da Libertação”.

De volta ao Brasil, por indicação do professor Paul Singer, conhecido economista, é contratado para dar aulas de Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (SP).

Em 1971, foi professor-visitante no Union Theological Seminary.

Em 1973, transferiu-se para a Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, como professor-adjunto na Faculdade de Educação.

No ano seguinte, 1974, ocupa o cargo de professor-titular de Filosofia no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), na UNICAMP.

É nomeado professor-titular na Faculdade de Educação da UNICAMP e, em 1979, professor livre-docente no IFCH daquela universidade. Convidado pela "Nobel Fundation", profere conferência intitulada "The Quest for Peace".

Na Universidade Estadual de Campinas foi eleito representante dos professores titulares junto ao Conselho Universitário, no período de 1980 a 1985, Diretor da Assessoria de Relações Internacionais de 1985 a 1988 e Diretor da Assessoria Especial para Assuntos de Ensino de 1983 a 1985.

No início da década de 80 torna-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise.

Em 1988, foi professor-visitante na Universidade de Birmingham, Inglaterra. Posteriormente, a convite da "Rockefeller Fundation" fez "residência" no "Bellagio Study Center", Itália.

Na literatura e a poesia encontrou a alegria que o manteve vivo nas horas más por que passou. Admirador de Adélia Prado, Guimarães Rosa, Manoel de Barros, Octávio Paz, Saramago, Nietzsche, T. S. Eliot, Camus, Santo Agostinho, Borges e Fernando Pessoa, entre outros, tornou-se autor de inúmeros livros, é colaborador em diversos jornais e revistas com crônicas de grande sucesso, em especial entre os vestibulandos.

Afirma que é “psicanalista, embora heterodoxo”, pois nela reside o fato de que acredita que no mais profundo do inconsciente mora a beleza.

Após se aposentar tornou-se proprietário de um restaurante na cidade de Campinas, onde deu vazão a seu amor pela cozinha. No local eram também ministrados cursos sobre cinema, pintura e literatura, além de contar com um ótimo trio com música ao vivo, sempre contando com “canjas” de alunos da Faculdade de Música da UNICAMP.

O autor é membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.

Bibliografia:

Crônicas

As contas de vidro e o fio de nylon, Editora Ars Poética (São Paulo)
Navegando, Editora Ars Poética (São Paulo)
Teologia do cotidiano, Editora Olho D'Água (São Paulo)
A festa de Maria, Editora Papirus (Campinas)
Cenas da vida, Editora Papirus (Campinas)
Concerto para corpo e alma, Editora Papirus (Campinas)
E aí? - Cartas aos adolescentes e a seus pais, Editora Papirus (Campinas)
O quarto do mistério, Editora Papirus (Campinas)
O retorno eterno, Editora Papirus (Campinas)
Sobre o tempo e a eterna idade, Editora Papirus (Campinas)
Tempus fugit, Editora Paulus (São Paulo)

Livros Infantis

A menina, a gaiola e a bicicleta, Editora Cia das Letrinhas (SP)
A boneca de pano, Edições Loyola (SP)
A loja de brinquedos, Edições Loyola (SP)
A menina e a pantera negra, Edições Loyola (SP)
A menina e o pássaro encantado, Edições Loyola (SP)
A pipa e a flor, Edições Loyola (SP)
A porquinha de rabo esticadinho, Edições Loyola (SP)
A toupeira que queria ver o cometa, Edições Loyola (SP)
Estórias de bichos, Edições Loyola (SP)
Lagartixas e dinossauros, Edições Loyola (SP)
O escorpião e a rã, Edições Loyola (SP)
O flautista mágico, Edições Loyola (SP)
O gambá que não sabia sorrir, Edições Loyola (SP)
O gato que gostava de cenouras, Edições Loyola (SP)
O país dos dedos gordos, Edições Loyola (SP)
A árvore e a aranha, Edições Paulus (SP)
A libélula e a tartaruga, Edições Paulus (SP)
A montanha encantada dos gansos selvagens, Edições Paulus (SP)
A operação de Lili, Edições Paulus (SP)
A planície e o abismo, Edições Paulus (SP)
A selva e o mar, Edições Paulus (SP)
A volta do pássaro encantado, Edições Paulus (SP)
Como nasceu a alegria, Edições Paulus (SP)
O medo da sementinha, Edições Paulus (SP)
Os Morangos, Edições Paulus (SP)
O passarinho engaiolado, Editora Papirus (Campinas)
Vuelve, Pájaro Encantado, Sansueta Ediciones SA (Madrid, España)

Filosofia da Ciência e da Educação

A alegria de ensinar, Editora Ars Poética (SP)
Conversas com quem gosta de ensinar, Editora Ars Poética (SP)
Estórias de quem gosta de ensinar, Editora Ars Poética (SP)
Filosofia da Ciência, Editora Ars Poética (SP)
Entre a ciência e a sapiência, Edições Loyola (SP)

Filosofia da Religião

O enigma da religião (Campinas, Papirus)
L' enigma della religione (Roma, Borla)
O que é religião? (S. Paulo, Brasiliense)
What is religion? (Maryknoll, Orbis)
Was ist religion? (Zurich, Pendo)
Protestantismo e Repressão (S. Paulo, Ática)
Protestantism and Repression (Maryknoll, Orbis)
Dogmatismo e Tolerância (S. Paulo, Paulinas)
O suspiro dos oprimidos (S. Paulo, Paulinas)

Biografias

Gandhi: A Magia dos gestos poéticos (S. Paulo/Campinas, Olho D'Água/Speculum)

Teologia

A Theology of Human Hope (Washington, Corpus Books)
Christianisme, opium ou liberation? (Paris, Éditions du Cerf)
Teologia della speranza umana (Brescia, Queriniana)
Da Esperança (Campinas, Papirus)
Tomorrow's child (New York, Harper & Row)
Hijos del manana (Salamanca, Siguime)
Il figlio dei Domani (Brescia, Queriniana)
Teologia como juego (Buenos Aires, Tierra Nueva)
Variações sobre a vida e a morte (São Paulo, Paulinas)
Creio na ressurreição do corpo (Rio de Janeiro, CEDI)
Ich glaube an die Auferstehung des Leibes (Dusseldorf, Patmos VERLAG)
I believe in the resurrection of the body (Philadelphia, Fortress Press)
Je crois en la résurrection du corps (Paris, Éditions du Cerf)
Poesia, Profecia, Magia (Rio de Janeiro, CEDI)
Der Wind blühet wo er will (Dusseldorf, Patmos)
Pai nosso (Rio de Janeiro, CEDI)
Vater Unser (Dusseldorf, Patmos)
The Poet, the Warrior, the Prophet (London, SCM Press)
Parole da Mangiari (The Poet, the Warrior, the Prophet), Edizioni Qiqajon Comunitá di Bose (Itália)

Vídeos

O Símbolo
Visões do Paraíso (realizado para apresentação na ECO -92)
Conversando com quem gosta de ensinar


Dados extraídos de livros do autor e de sítios da Internet.

Visitem "A casa de Rubem Alves".


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de escritores nacionais e estrangeiros. Aguardamos dos amigos leitores críticas, comentários e sugestões.
A todos, muito obrigado. Arnaldo Nogueira Júnior. ®@njo

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Palavra tem significado.Muito mais que isso,palavra tem sabor.
Outro dia,em meio a uma leitura deparei-me com palavras cujo significados desconhecia.Corri até a estante e apanhei um dicionário.
Foi então que percebi o quanto As palavras dizem muito mais do que possa parecer.
Elas traduzem de forma minuciosa ,precisa o nosso pensamento e intenções,carregam em si o poder do significado de maneira marcante para descreverem os objetos em foco.
Daí pensei~quão interessante é sentir o sabor das palavras.
O mel carrega a doçura.
A magia nos levam aos sonhos...
Assim fui listando uma série de palavras e descobri que elas nos transportam ao seu exato sentido,percebendo o quão importante é fazer o uso da palavra "certa" no momento "exato"
Um deslise e corremos o risco de sermos mal interpretados.
Não é interessante percebermos a essência das palavras?
TENTE VOCÊ TAMBÉM.

PALAVRA TEM SABOR

quinta-feira, 12 de novembro de 2009


Alguns dos melhores livros infantis

O QUE É LITERATURA?

Literatura é arte.É arte de se expressar através de textos compôr em versos ou prosa.
è um instrumento de comunicação que que transmite os conhecimentos e a cultura de um povo.




LITERATURA INFANTIL


O hábito da Leitura deve ser formado ainda na infância,fase que possibilita a formação de hábitos em geral.
Desde cedo,é importante que a criança tenha contato com os livros o que irá proporcionar o desnvolvimento e a criatividade.È essencial também que se desenvolva o gosto pela leitura,estimulando-se sentimentos,emoções e dando motivação.
As criançãs estão cada dia menos acostumadas a ler.
O hábito de contar histórias para as crianças está meio esquecido e deveria ser retomado.
Para as crianças acima de cinco anos,recomenda-se livros com muitas gravuras e pouco texto,assim elas poderão criar histórias com base nos desenhos ou interpretá-los.
Não deixe de contar histórias para seu filho.Se ele já sabe ler,leia junto e comentem a história.
Estimule seu filho a interpretar a história que leu.
Vá com ele as livrarias(deixe que observe os livros -capas,títulos gravuras)
Passe a presentear seu filho com livros
Facilite seu acesso a uma biblioteca.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

INDISCIPLINA

Esta semana a revista “NOVA ESCOLA” publicou um extenso artigo voltado para a questão da indisciplina nas escolas.
“Por trás desse problema-visto pelos professores como um dos principais entraves da boa educação...”
As causas da indisciplina,parecem ser vista de forma equivocada por parte da escola e também a maneira de se lidar com elas.
O movimento contínuo de construção e avaliação das regras, mais o respeito a elas,é a base de todo o convívio em sociedade.
Sabemos que a família é a base da educação. Os conflitos no convívio escolar,assim como em sociedade existirão sempre e não há com acabar com eles. Pois,fazem parte das relações humanas.
Na escola não é diferente.
O que se pode fazer?
É essencial que as relações adulto/criança se baseem desde cedo no que é ou não é moralmente aceito.
Quando o aluno não tem claro este conceito,ele tende a ficar cada vez mais indisciplinado.
A postura do professor em sala de aula é fundamental.Ele precisa dominar o contudo e ter estratégias de ensino suficientes para transmiti-lo.
O professor precisa mais,ganhar a confiança dos alunos.
Afinal,o sucesso educativo é algo miraculoso e cada aluno é um ser único.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

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A Flor do Maracujá


Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do Sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá !
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá.

Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá.

Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá !

Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá !
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová !
Pela lança ensangüentado
Da flor do maracujá !

Por tudo que o céu revela !
Por tudo que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está !!..
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá !

Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em - a -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!

de volta ao Romantismo III

Luis Nicolau Fagundes Varela nasceu em 1859 transferiu-se para São Paulo, mas só conseguiu ingressar na Faculdade de Direito em 1862. Influenciado pelos últimos suspiros do "byronismo" estudantil paulistano, dedica-se à boêmia e à bebida, atraído constantemente pela marginalidade. A morte de seu primeiro filho inspira-lhe seu mais conhecido poema, Cântico do Calvário. Tenta concluir o curso de Direito em Recife, mas a morte da esposa o faz retornar a São Paulo. Abandona, então, a faculdade e retorna à fazenda onde nascera, continuando a escrever poesia. Casando-se outra vez, muda-se para Niterói, onde se entrega à bebida e vem a falecer, já em estado de completo desequilíbrio mental.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

Individualismo,subjetivismo,egocentrismo,obsessão pela morte,dúvida desilusão,melancolia são as palavras com as quais se procura "traduzir",explicar,a segunda geração da nossa poesia româ-
tica. Denominada byroniana,devido ao poeta romântico inglês Lord Byron,também costuma ser '
chamada de "mal do século".

Cavaleiros das armas escuras
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangrenta na mão?

Alvares de Azevedo - Meu Sonho

de volta ao Romantismo II

Álvares de Azevedo


Fotografia de Álvares de Azevedo.


Fonte: Arquivo da Academia Brasileira de Letras
Clique na foto para visualizá-la em tamanho grande.



Álvares de Azevedo (Manuel Antônio A. de A.), poeta, contista e ensaísta, nasceu em São Paulo em 12 de setembro de 1831, e faleceu o Rio de Janeiro, RJ, em 25 de abril de 1852. Patrono da Cadeira n. 2 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Coelho Neto.
" ...Como quem anunciasse a própria morte, no mês anterior escrevera a última poesia sob o título "Se eu morresse amanhã", que foi lida, no dia do seu enterro, por Joaquim Manuel de Macedo...."






Poesia de Álvares de Azevedo
.



OBS. Todos os itens aqui relacionados pertencem ao acervo do Centro de Memória da Academia Brasileira de Letras.

sábado, 7 de novembro de 2009

ESCOLAS E ESCOLHAS II

Citando um exemplo,nas aulas de gramática ou produção de textos,que são tidas com massantes,
o professor poderá se utilizar de novas estratégias e recursos externos a sala de aula.Podendo sair com sua turma para o pátio ou outro local apropriado onde o aluno pudesse colocar a teoria das gramática em citações práticas.Assim os alunos sairão do abstrato para o concreto.Observando a realidade e formando seu próprio conceito orientados pela norma culta da língua.
Na verdade o que se pretende é tirar o aluno da sala de aula e transformá-lo em agente.
Assim,ele tem a chance de se tornar mais participativo,libertando-se daquela tradicional maneira de apreender conceitos e conteúdos e deixando de lado o quadro-negro e o giz.
Provavelmente,o aluno assimilará melhor o conteúdo estudado e consequentemente,seu desempenho será bem mais satisfatório.

ESCOLAS E ESCOLHAS

Porque é tão difícil fazer com que o aluno preste atenção às aulas?
Manter a disciplina durante as aulas e motivar os alunos continua sendo uma árdua tarefa para os professores regentes.
O aluno sente a necessidade de movimento,em particular,o adolescente que fica desinqueto,quando é hora de estar atento por exemplo,em uma aula expositiva.Ai,vem a questão da escolha.Se o aluno não pode escolher o conteúdo a ser estudado,pelo menos deveria se dar a ele a oportunidade de ter aulas mais dinâmicas,onde ele possa não só observar,mas interagir.
Uma aula exclusiva de gramática,usando-se com recursos quadro negro e giz por uma hora ininterrupta fica extremamente cansativa e desinteressante.
Porém, se o professor se utilizar de determinados recursos,sua aula poderá ser de ótima qualidade e bem mais produtiva.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

TEATRO É EDUCAÇÃO...

O teatro também é uma escola e por meio dela,muito de pode mostrar aos alunos.
Desde a antiguidade,o teatro,que surgiu no séc.VI a.c.,na Grécia,foi responsável pelo entreterimento já naquela época.O teatro grego surgiu,segundo historiadores,de um acontecimento inusitado.Quando um participante do ritual sagrado das festas dionísicas,realizado
em homenagem a Dionísio,deus do vinho,do teatro e da fertilidade,resolve vestir uma máscara humana,ornada com cachos de uvas,sobe em seu tablado em praça pública e diz:"eu sou Dionizio.
O teatro na educação tem por finalidade desenvolver a criatividade.
Já que educar é permitir que se observe tudo a sua volta e dar condições para que o educando sinta-se encantado com o mundo que o rodeia.
A sensibilidade para descobrir as ciências,as artes,o prazer pela vida.
Neste sentido,o professor deve ser instrumento capacitador da necessidade de uma atitude criadora,fazendo com que o aluno perceba a sua condição de inventar e transformar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MONENTO LITERÁRIO

De volta ao ROMANTISMO


O século XIX trouxe para o Brasil e o mundo um momento de magia,sonhos,paixão e libertação.
Liberdade é a palavra que melhor carateriza o estilo e o espírito romântico.
Liberdade de expressão formal,liberdade de expressão da subjetividade,dos sentimentos,da imaginação criadora e do sonho.
O Romantismo surgiu num contexto histórico,posterior a duas revoluções que legitimaram o poder burguês:A Revolução Industrial (1788 Inglaterra) e Revolução Francesa (1789).
Neste contexto fundamentado na crença,na capacidade do homem,nos ideaia de liberdade,igualdade e fraternidade,acontece também uma revolução nas artes.A esta revolução de origem inglesa e alemã damos o nome de Romantismo.




REPRESENTANTES DO ROMANTISMO NO BRASIL



* Gonçalves de Magalhães Suspiros Poéticos e Saudades (1836).Foi a obra que introduziu o Romantismo no Brasil.

* Gonçalves Dias
*Alvares de Azevedo
* Junqueira Freire
* Cassimiro de Abreu
* Fagundes Varela
* Castro Alves
* Joaquim de Sousa Andrade (Sousândrade)
Casimiro de abreu
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
Canção do exílio



Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


De Primeiros cantos (1847)

Gonçalves Dias

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Jorge de Lima

























Poesia:

Invenções de Orfeu

Essa negra fulô

Inverno

Pelo silêncio

Essa infanta

Essa pavana

Mulher Proletária

O grande desastre aéreo de ontem


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Fortuna crítica:

Maria da Conceição Paranhos: Os reinos de Jorge de Lima [PDF]

Marco Lucchesi escreve Jorge de Lima


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Alguma notícia do autor:

Bio - Bibliografia

É antologiado por Manuel Bandeira


























































Jorge de Lima


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Essa negra fulô


Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no bangüê dum meu avô
uma negra bonitinha,
chamada negra Fulô.


Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!


Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
— Vai forrar a minha cama
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!


Essa negra Fulô!


Essa negrinha Fulô!
ficou logo pra mucama
pra vigiar a Sinhá,
pra engomar pro Sinhô!


Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!


Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!
vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono, Fulô!


Essa negra Fulô!


"Era um dia uma princesa
que vivia num castelo
que possuía um vestido
com os peixinhos do mar.
Entrou na perna dum pato
saiu na perna dum pinto
o Rei-Sinhô me mandou
que vos contasse mais cinco".


Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!


Ó Fulô! Ó Fulô!
Vai botar para dormir
esses meninos, Fulô!
"minha mãe me penteou
minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
que o Sabiá beliscou".


Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!


Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá
Chamando a negra Fulô!)
Cadê meu frasco de cheiro
Que teu Sinhô me mandou?
— Ah! Foi você que roubou!
Ah! Foi você que roubou!


Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!


O Sinhô foi ver a negra
levar couro do feitor.
A negra tirou a roupa,
O Sinhô disse: Fulô!
(A vista se escureceu
que nem a negra Fulô).


Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!


Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê meu lenço de rendas,
Cadê meu cinto, meu broche,
Cadê o meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah! foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!


Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!


O Sinhô foi açoitar
sozinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia
e tirou o cabeção,
de dentro dêle pulou
nuinha a negra Fulô.


Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!


Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê, cadê teu Sinhô
que Nosso Senhor me mandou?
Ah! Foi você que roubou,
foi você, negra fulô?


Essa negra Fulô!










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Jorge de Lima


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Inverno


Zefa, chegou o inverno!
Formigas de asas e tanajuras!
Chegou o inverno!
Lama e mais lama
chuva e mais chuva, Zefa!
Vai nascer tudo, Zefa,
Vai haver verde,
verde do bom,
verde nos galhos,
verde na terra,
verde em ti, Zefa,
que eu quero bem!
Formigas de asas e tanajuras!
O rio cheio,
barrigas cheias,
mulheres cheias, Zefa!
Águas nas locas,
pitus gostosos,
carás, cabojés,
e chuva e mais chuva!
Vai nascer tudo
milho, feijão,
até de novo
teu coração, Zefa!
Formigas de asas e tanajuras!
Chegou o inverno!
Chuva e mais chuva!
Vai casar, tudo,
moça e viúva!
Chegou o inverno
Covas bem fundas
pra enterrar cana:
cana caiana e flor de Cuba!
Terra tão mole
que as enxadas
nelas se afundam
com olho e tudo!
Leite e mais leite
pra requeijões!
Cargas de imbu!
Em junho o milho,
milho e canjica
pra São João!
E tudo isto, Zefa...
E mais gostoso
que tudo isso:
noites de frio,
lá fora o escuro,
lá fora a chuva,
trovão, corisco,
terras caídas,
córgos gemendo,
os caborés gemendo,
os caborés piando, Zefa!
Os cururus cantando, Zefa!
Dentro da nossa
casa de palha:
carne de sol
chia nas brasas,
farinha d'água,
café, cigarro,
cachaça, Zefa...
...rede gemendo...
Tempo gostoso!
Vai nascer tudo!
Lá fora a chuva,
chuva e mais chuva,
trovão, corisco,
terras caídas
e vento e chuva,
chuva e mais chuva!
Mas tudo isso, Zefa,
vamos dizer,
só com os poderes
de Jesus Cristo!





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Jorge de Lima


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Pelo silêncio


Pelo silêncio que a envolveu, por essa
aparente distância inatingida,
pela disposição de seus cabelos
arremessados sobre a noite escura:


pela imobilidade que começa
a afastá-la talvez da humana vida
provocando-nos o hábito de vê-la
entre estrelas do espaço e da loucura;


pelos pequenos astros e satélites
formando nos cabelos um diadema
a iluminar o seu formoso manto,


vós que julgais extinta Mira-Celi
observai neste mapa o vivo poema
que é a vida oculta dessa eterna infanta.










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Jorge de Lima


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Essa infanta


Essa infanta boreal era a defunta
em noturna pavana sempre ungida,
colorida de galos silenciosos,
extrema-ungida de óleos renovados.


Hoje é rosa distante prenunciada,
cujos cabelos de Altair são dela;
dela é a visão dos homens subterrâneos,
consolo como chuva desejada.


Tendo-a a insônia dos tempos despertado,
ontem houve enforcados, hoje guerras,
amanhã surgirão campos mais mortos.


Ó antípodas, ó pólos, somos trégua,
reconciliemo-nos na noite dessa
eterna infanta para sempre amada.





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Jorge de Lima


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Essa pavana


Essa pavana é para uma defunta
infanta, bem-amada, ungida e santa,
e que foi encerrada num profundo
sepulcro recoberto pelos ramos


de salgueiros silvestres para nunca
ser retirada desse leito estranho
em que repousa ouvindo essa pavana
recomeçada sempre sem descanso,


sem consolo, através dos desenganos,
dos reveses e obstáculos da vida,
das ventanias que se insurgem contra


a chama inapagada, a eterna chama
que anima esta defunta infanta ungida
e bem-amada e para sempre santa.










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Jorge de Lima


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Mulher proletária


Mulher proletária — única fábrica
que o operário tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.


Mulher proletária,
o operário, teu proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção,
a tua superprodução,
ao contrário das máquinas burguesas
salvar o teu proprietário.





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Jorge de Lima


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O grande desastre aéreo de ontem




Para Cândido Portinari




Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a hélice. E o violinista em que a morte acentuou a palidez, despenhar-se com sua cabeleira negra e seu estradivárius. Há mãos e pernas de dançarinas arremessadas na explosão. Corpos irreconhecíveis identificados pelo Grande Reconhecedor. Vejo sangue no ar, vejo chuva de sangue caindo nas nuvens batizadas pelo sangue dos poetas mártires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último salto de banhista, mais rápida porque vem sem vida. Vejo três meninas caindo rápidas, enfunadas, como se dançassem ainda. E vejo a louca abraçada ao ramalhete de rosas que ela pensou ser o paraquedas, e a prima-dona com a longa cauda de lantejoulas riscando o céu como um cometa. E o sino que ia para uma capela do oeste, vir dobrando finados pelos pobres mortos. Presumo que a moça adormecida na cabine ainda vem dormindo, tão tranqüila e cega! Ó amigos, o paralítico vem com extrema rapidez, vem como uma estrela cadente, vem com as pernas do vento. Chove sangue sobre as nuvens de Deus. E há poetas míopes que pensam que é o arrebol.

LIMA, Jorge de. Poesia completa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980, 2 v, v. 1, p. 237).










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03.01.2005


FALANDO DE POESIA

JORGE CUNHA DE LIMA


A trajetória da poesia de Jorge de Lima pode ser dividida em quatro fases com mais clara ou mais sutil diferenciação.
Poeta da segunda fase do Modernismo brasileiro,Jorge de Lima nasceu em 1893,em Alagoas e faleceu em 15/11/1953 no Distrito Federal.
Foi discriminado por seus colegas literários e considerado de autor de pouca importância .
Foi médico,pintor e artista plástico.
Modernista de relance.
A utilização de temas folclóricos,é um dos elementos presentes na poesia de Jorge de Lima,autor de "Invenção de Orfeu"(epopéia barroco-surrealista) e de "temo e Eternidade"que escreveu em parceria com Murilo Mendes.
Apesar da importância de "Invenção de Orfeu",a poesia de Jorge de Lima não se resume a essa obra.
Ele começou no estilo parnasiano,passando ao modernismo.Seus textos mais populares são da fase modernista como "Essa Nega Fulô,"Guerra Dentro do Beco" que mostra suas tendências à
geração de 30,seu último romance.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

aprendendo brincando

Viver em sociedade significa lidar com regras o tempo todo e na escola não é diferente.Mas será que desde pequeno é preciso conviver com normas?Quando se avaliam os benefícios desse trabalho,a resposta fica clara:sim.Os jogos de regras,aqueles que se jogam em grupo seguindo normas preestabelecidas e visando um objetivo,são importantes na Educação infantil.Além de mostrar que as restrições podem representar desafios divertidos,eles desenvolvem questões importantes,com a adequação a limites,a cooperação e competição.

EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação Infantil vem passando por um longo e permanente processo de transformação no Brasil,especialmente nos últimos 20 anos.
Se antes as escolas responsáveis pela fase inicial do aprendizado da criança adquiriam caráter de assistência social,hoje é consenso que essas instituições são,sim,um assunto do âmbito da Educação.
A LDB_ lei de diretrizes e bases define a Educação infantil como "primeira etapa da educação básica e delega a ela a afinidade de desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade,em seus aspectos físico,psicológico,intelectual e social,complementando a ação da família e da comunidade,os investimentos neste sentido precisam ser mais concretos.

domingo, 1 de novembro de 2009


INTERNET X LIVRO

O dia nacional do livro é comemorado em29 de outubro.Em 1810,a Real Biblioteca de Portugal foi transferida para o Rio de Janeiro e 29/10 ficou sendo sua data de fundação.
Hoje, a biblioteca nacional tem em seu acervo mais de 60 mil peças,um rico acervo manuscritos,mapas,moedas e medalhas.
Nos tempos atuais, a internet se mostra cada vez mais presente e também chegou à escola.
Isso traz uma certa preocupação,mas por quê ela passa a ser um fator preocupante?
O fato é que conhecendo os hábitos ou o pouco hábito dos nossos dicentes pela leitura,a concorrência entre livro impresso e o computador é um disparate.
É óbvio que a leitura de um bom livro traz benefícios ímpares;
.Desenvolve o
raciocínio

.Corrige falhas na pontuação e ortografia

.Enriquece o vocabulário


entre outros já conhecidos,mas o livro tende a ser substituído se não promovermos uma mudança de atitudes imediata por parte dos educandos.
É através da leitura dos registros escritos que deszcobrimos e aprendemos culturas,histórias e hábitos diferentes,compreendemos a realidade,osentido real das idéias,vivências,sonhos etc.
Segundo estudiosos,existem três objetivos distintos para compreender a importância do hábito de ler:


*Ler por prazer

*Ler para estudar

*Ler para se informar
Lindo demais
Coração é terra que ninguém vê

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.

Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão

Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração. Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia. Porta fechada,
foi que encontrei...

Cora Coralina
Meu Destino.

Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.

Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.

Não te procurei, não me procurastes –
íamos sozinhos por estradas diferentes.

Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida...

Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.

Esse dia foi marcado
com a pedra branca da cabeça de um peixe.

E, desde então, caminhamos
juntos pela vida...

Cora Coralina
Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...
"Poeminha Amoroso"

Cora Coralina
Pensador.info
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Encontrados 715 frases e pensamentos: Cora Coralina poema mulher
Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

Cora Coralina
Somos um dos sites
sobre poesia mais
visitados do Brasil,
confira as estatísticas!

Concurso Literário


















(Os poemas abaixo foram retirados dos e-books disponíveis gratuitamente para baixar aqui)
Poemas mais recentes (atualização diária):
Da Busca - blog

NÃO PISE NA GRAMA
Placa inútil e amarela:
"Não pise na grama."

Amarela
pela ausência de girassóis.

Inútil
porque não tenho os pés no chão.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

TUDO PELOS ARES
Somos anjos perdidos.
Asas mortas no chão
desde a primeira audição
da palavra impossível.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


JANEIRO
O dourado vence o vermelho
no dia nascente.
A revanche: o crepúsculo.

Verão.
Estação de sonhos e ócio.
Já cheira a saudade
antes de esquentar.

Provar as bênçãos
dos bons arcanjos
em trajes de banho
sobre a areia branca

e a irregularidade
dos horizontes
das cidades
do interior
da alma.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

VENTO FORTE

(Para Mario Quintana)

O vento aqui não pára.

Nem um segundo,
nem um pouquinho.

Ah, se eu fosse moinho...

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

OS PÁSSAROS?
O sol renascia.
Bocejadamente abri a porta.
O horizonte se escondia atrás das árvores.

Entro no estábulo de folha
e alimento minha criação.
Do balde ao chão:
consoantes, dígrafos, cedilhas...

Comem caladas.
Levo duas ao colo e as embalo,
dou tapas nas costas, faço de tudo
mas não rimam.

Foi quando estranhei um estranho estranho ali parado.
Sem métrica para prendê-las,
todas voaram, cheias de sons pensados,
para seus olhos.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

DA TENTATIVA
Quis fazer um poema triste.
Mas triste estou eu, não o poema triste.
(Celulose com rugas no carpete.)

Tento fazer um verso frio.
Mas frio é esse tempo excomungado, não o verso frio.
(Alvidez alvidrada janela abaixo.)

Imagino um soneto morto
e vejo que a folha não respira.

- Medusa, olha essa poesia!

Com pena idiossincrática,
deito a pena esferográfica.
(Talvez se eu falasse de lagartixas...)
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

TANGO MIO
Perdi o passo.
Sem equilíbrio,
pisei no pé do caos.

Meu ócio antigo
se embriagava no bar,
cercado de inimigos.

O sonho não realizado
fumava-se, cabisbaixo,
num degrau abaixo.

Adivinhei minha esperança inteira
lá fora, no beco de Bandeira,
mendigando.

Ah, se em minha alma
tocasse funk...
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

ALEGRIA
(Para Drummond )

E eu aqui nesta cidade,
cercado de realidade,
aumentando a minha idade,
alérgico a felicidade,
procuro flores no asfalto.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)


(veja no Youtube, com piano de Fábio Neto)

INFÂNCIA
No vento,
Pedrinho perdeu
sua sombra.

- Cadê tua sombra, menino?
Gritou a mãe.

- Só não perde a cabeça porque está presa no pescoço.
Disse a vó.

Pedrinho ria a danar.

Depois foi estudar
enquanto a sombra brincava
de ser noite.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro PRALARVAS)

VICE-REI
Eu sempre estendi as mãos
para as borboletas...

Abria os braços
para o passado saudoso...
para o futuro sonhado...
mas nunca tocaram em mim.

Hoje, fiquei imóvel
e uma pousou no meu pé.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro VICE-REI)

O GATO
De quando em vez
esse ser equilibrado
de aparente ausência assimilada,

esse eu sério, de óculos, barba,
poucas palavras e sorrisos,
desce da altura medida.
A vista míope enturva, escurece.
Dentes trincados não fazem preces.
A lentidão de pernas e braços
destransforma-se em negro gato.
Gato ágil que arranha de angústia rouca
tão profundo, tantas vezes, tanta gente...
vai embora num relampejar de luz pouca
e sou eu quem se arrepende.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

QUADRO DEPRESSIVO
Dentro em mim vermelho
caem muros altos
de castelos musgos
lentamente frios.
Escombros do todo.
Não desejo saber
que parte da arte
partiu primeiro.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro FIM NO COMEÇO)

SPAM
Emagreça
dormindo:
morra.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro ACRE-DITO)

PSICANÁLISE FREUDIANA
Agarro a gruta
pela goela
com força bruta
olho em seus olhos
meus:
morte.
Dentes trincados
pelos eriçados
um gato que foge
pro escuro
por mais que se aperte.
(Seu tempo acabou)
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro ACRE-DITO)

PRECIOSIDADE
Valéria tem olhos de medo
como o dos pássaros
pequenos e frágeis.
Há agitação
sob as camadas
de sua plenitude
alva.
Cabelos e plumas se confundem
no lume
que vejo
e que imagino...
Valéria
fala pouco
mas olha muito.
Pra mim, basta.
E sigo, besta
a escrever muito
e falar pouco.
Ah, se nossos silêncios
se tocassem...
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro LIBERDADE)

CONVOCAÇÃO
Venham a mim os loucos
os roucos, os poucos
os perdidos, vencidos e poetas!
Juntem-se a mim
rasgando gravatas
e quebrando televisores!
Sigamos o longo e solitário caminho
que leva a nós.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro LIBERDADE)

CONS-TATO
Sabe essa falta
dentro do peito
na madrugada?
Essa que Drummond
chamou de ausência
e tirou pra dançar?
Eu não sei dançar com ela.
(Então aperto-a
sinto-a plenamente entre minhas mãos
e deixo cair
o pó de palavras
quente.)
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

PAZ
Vou sem pressa
para a casa
que há em mim.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

AMAR: QUEIMAR AMARRAS
Na tempestade tátil da mão
ao vento susurros certeiros
cuspir com fogo de dragão
e sabor de nevoeiros...
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)


A CECÍLIA MEIRELES
Cantos serenados
cruzam etéreos crepúsculos.

Nuvens douradas
pastam perfumes seculares
em seus altos caminhos.

Sonhos naufragados
atravessam espelhos, horizontes,
borbulham baixinho:

A poesia da rosa
é seu espinho.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

CULPA
Meus passeios
poluem o mundo.

Para ler,
gasto a luz de cidades inundadas.

A geladeira
esburaca a camada de ozônio.

Banhos longos
desertificam o planeta.

Para comer, beber, viver
gasto dinheiro (que nem ganhei).

Meus poemas
derrubam árvores.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


PARA MANOEL DE BARROS
Seu Nhonhô
morava no silêncio
e tinha cabelos de nuvens.

Era irmanado das águas paradas
e de quando em vez libélulas
punham ovos em sua cabeça.

Sua voz tinha falha de crostas
e vulcões invisíveis expeliam o nada por suas ventas.

Da última vez que o vi
estava árvore.

Quando foi cortado,
se cercou de cinza
e desandou a falar sem dizer.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

CORTE
Tenho sorte.
Ao menos tento forte
(mesmo que não acerte)
fazer do ócio, arte.

O tempo curto - corte.

Sem vida - morte.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


ÁGUA VIVA
Eu quero o poema cnidoblasto,
cheio de chatos nematocistos.

Que arde como os antigos emplastos,
estranho como os ornitorrincos.

Que ignore aqueles verdes pastos
e embriague como vinho tinto.

Quero o verso chato enigmático
que cante tudo e nada que sinto.

Que se danem o pássaro simpático
e as flores em formato de brinco.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

DELIVERY
Somos nazistas alienados
contribuindo semi-cegos
para os campos de concentração
de renda.

Criamos necessidades de consumo
inúteis
matando chances e gentes
ainda mais cegas.

Quem tem olhos,
tem bolsos
cheios
e milhões
de vendas.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro VICE-REI)

REVELAÇÃO
Eu me esqueci no armário.

Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!

Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.

Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.
Fabio Rochawww.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

(veja no Youtube)

NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL
Queria arrombar com versos pesados
as portas do Paraíso.

Escritos com o sangue dos expulsos
e a revolta das gerações infindas.

Queria voltar ao que nos pertence
com um poema
na medida
do impossível.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

PRALARVAS
O que fica
da vida
vivida
pro amanhã?

Trabalho pra larvas.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro PRALARVAS)


PAPEL
De todo o silêncio
ouço só o esplêndido
silêncio das árvores.

Pois o silêncio de quem fala
e cala
é incompleto.

Por isso, ouço o silêncio
distante
das árvores que nunca vi.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro CAMINHO A MANHÃ)

WINDOW
Sou cavaleiro sem donzela
e meu escudo é uma tela.
Se eu não pensasse nela...
Suo frio na capela
se há casamento na novela.
Se eu não pensasse nela...
Sonho meu que não é meu:
já sonhava Romeu.
- Quem sonha? Ela ou eu?
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro A MAGIA DA POESIA)

UMBRAL
Estou trancado.
Lá fora
leões
que amo.
A casa encolheu
ou eu que cresci?
Estou armado até os dentes.
Eles têm fome.
Ouço seus rugidos.
(Algo em mim quer ser um monstro.)
Cansado de ferimentos
olho para a porta
a chave pesando a mão.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro O OUTRO )

SOL E CÉU
Fazer cada pequena coisa
perfeitamente
requer tempo e paciência
que temos em alguma árvore perdida.
Ouço suas folhas.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro ALQUIMIA)

ESCREVER LAVA
Geralmente é quando leio
que o silêncio crepita distante.
É preciso então parar.
Prestar atenção:
Uma folha em branco
para conter a luz
antes que se perca
no escuro labirinto do momento.
Sinto
no ar seco
a invisibilidade
a que aspiro.
E na catedral inexistente
acendo uma vela imaginária
com a palavra.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro ALQUIMIA)

SUBÚRBIO
As pessoas na rua
aplaudem
as casas sem campainha.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro LIBERDADE)

SEMELHANÇA NA DIFERENÇA
Filosofia e Poesia
são dois braços
de um mesmo dorso
esticados no esforço
de tocar
além do tempo.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

DO CRIAR CAMINHOS AO CAMINHAR
Atrás
das grades
da rotina
deixei a sombra
de um sonho
que não era meu...
Hoje, a vida plena
sorri em cada canto
de cada cômodo cômodo
que por mais que seja cômodo inclusive
deixo
quando dá na telha.
Criar
e curtir criadores...
Amar
sem contar
nem conter
amores:
movimentos de mãos
e de terra
e de tudo
maravilhosamente
i n c o n t r o l á v e i s.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

PONTAL
Pedra antes de tudo pedra
quantos infinitos
oceanos silenciosos
cheios de carinhos, algas e ostras
passaram sob ti?
E esse céu
pintado de auroras marginais
com sangue e vento
ornado de agora
desde sempre?
(Cresce verde em teus velhos musgos
e a noite vem enganar a todos
com a mudança)
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)


Mais poemas na voz do autor:
Multiply


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ATENÇÃO: OS POEMAS DESTA PÁGINA SÃO DA AUTORIA DE FABIO ROCHA.
O autor permite utilização em outras páginas da internet, com as seguintes condições:
1 - Manter a autoria (Fabio Rocha);
2 - Manter o poema inteiro idêntico (título e versos);
3 - Colocar o endereço ou link deste site como fonte (www.fabiorocha.com.br).

Não deixe de passar na seção de Mestres para ler uma seleção de poemas de grandes autores.














































Somos um dos sites
sobre poesia mais
visitados do Brasil,
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Concurso Literário


















(Os poemas abaixo foram retirados dos e-books disponíveis gratuitamente para baixar aqui)
Poemas mais recentes (atualização diária):
Da Busca - blog

NÃO PISE NA GRAMA
Placa inútil e amarela:
"Não pise na grama."

Amarela
pela ausência de girassóis.

Inútil
porque não tenho os pés no chão.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

TUDO PELOS ARES
Somos anjos perdidos.
Asas mortas no chão
desde a primeira audição
da palavra impossível.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


JANEIRO
O dourado vence o vermelho
no dia nascente.
A revanche: o crepúsculo.

Verão.
Estação de sonhos e ócio.
Já cheira a saudade
antes de esquentar.

Provar as bênçãos
dos bons arcanjos
em trajes de banho
sobre a areia branca

e a irregularidade
dos horizontes
das cidades
do interior
da alma.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

VENTO FORTE

(Para Mario Quintana)

O vento aqui não pára.

Nem um segundo,
nem um pouquinho.

Ah, se eu fosse moinho...

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

OS PÁSSAROS?
O sol renascia.
Bocejadamente abri a porta.
O horizonte se escondia atrás das árvores.

Entro no estábulo de folha
e alimento minha criação.
Do balde ao chão:
consoantes, dígrafos, cedilhas...

Comem caladas.
Levo duas ao colo e as embalo,
dou tapas nas costas, faço de tudo
mas não rimam.

Foi quando estranhei um estranho estranho ali parado.
Sem métrica para prendê-las,
todas voaram, cheias de sons pensados,
para seus olhos.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

DA TENTATIVA
Quis fazer um poema triste.
Mas triste estou eu, não o poema triste.
(Celulose com rugas no carpete.)

Tento fazer um verso frio.
Mas frio é esse tempo excomungado, não o verso frio.
(Alvidez alvidrada janela abaixo.)

Imagino um soneto morto
e vejo que a folha não respira.

- Medusa, olha essa poesia!

Com pena idiossincrática,
deito a pena esferográfica.
(Talvez se eu falasse de lagartixas...)
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

TANGO MIO
Perdi o passo.
Sem equilíbrio,
pisei no pé do caos.

Meu ócio antigo
se embriagava no bar,
cercado de inimigos.

O sonho não realizado
fumava-se, cabisbaixo,
num degrau abaixo.

Adivinhei minha esperança inteira
lá fora, no beco de Bandeira,
mendigando.

Ah, se em minha alma
tocasse funk...
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

ALEGRIA
(Para Drummond )

E eu aqui nesta cidade,
cercado de realidade,
aumentando a minha idade,
alérgico a felicidade,
procuro flores no asfalto.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)


(veja no Youtube, com piano de Fábio Neto)

INFÂNCIA
No vento,
Pedrinho perdeu
sua sombra.

- Cadê tua sombra, menino?
Gritou a mãe.

- Só não perde a cabeça porque está presa no pescoço.
Disse a vó.

Pedrinho ria a danar.

Depois foi estudar
enquanto a sombra brincava
de ser noite.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro PRALARVAS)

VICE-REI
Eu sempre estendi as mãos
para as borboletas...

Abria os braços
para o passado saudoso...
para o futuro sonhado...
mas nunca tocaram em mim.

Hoje, fiquei imóvel
e uma pousou no meu pé.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro VICE-REI)

O GATO
De quando em vez
esse ser equilibrado
de aparente ausência assimilada,

esse eu sério, de óculos, barba,
poucas palavras e sorrisos,
desce da altura medida.
A vista míope enturva, escurece.
Dentes trincados não fazem preces.
A lentidão de pernas e braços
destransforma-se em negro gato.
Gato ágil que arranha de angústia rouca
tão profundo, tantas vezes, tanta gente...
vai embora num relampejar de luz pouca
e sou eu quem se arrepende.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

QUADRO DEPRESSIVO
Dentro em mim vermelho
caem muros altos
de castelos musgos
lentamente frios.
Escombros do todo.
Não desejo saber
que parte da arte
partiu primeiro.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro FIM NO COMEÇO)

SPAM
Emagreça
dormindo:
morra.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro ACRE-DITO)

PSICANÁLISE FREUDIANA
Agarro a gruta
pela goela
com força bruta
olho em seus olhos
meus:
morte.
Dentes trincados
pelos eriçados
um gato que foge
pro escuro
por mais que se aperte.
(Seu tempo acabou)
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro ACRE-DITO)

PRECIOSIDADE
Valéria tem olhos de medo
como o dos pássaros
pequenos e frágeis.
Há agitação
sob as camadas
de sua plenitude
alva.
Cabelos e plumas se confundem
no lume
que vejo
e que imagino...
Valéria
fala pouco
mas olha muito.
Pra mim, basta.
E sigo, besta
a escrever muito
e falar pouco.
Ah, se nossos silêncios
se tocassem...
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro LIBERDADE)

CONVOCAÇÃO
Venham a mim os loucos
os roucos, os poucos
os perdidos, vencidos e poetas!
Juntem-se a mim
rasgando gravatas
e quebrando televisores!
Sigamos o longo e solitário caminho
que leva a nós.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro LIBERDADE)

CONS-TATO
Sabe essa falta
dentro do peito
na madrugada?
Essa que Drummond
chamou de ausência
e tirou pra dançar?
Eu não sei dançar com ela.
(Então aperto-a
sinto-a plenamente entre minhas mãos
e deixo cair
o pó de palavras
quente.)
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

PAZ
Vou sem pressa
para a casa
que há em mim.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

AMAR: QUEIMAR AMARRAS
Na tempestade tátil da mão
ao vento susurros certeiros
cuspir com fogo de dragão
e sabor de nevoeiros...
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)


A CECÍLIA MEIRELES
Cantos serenados
cruzam etéreos crepúsculos.

Nuvens douradas
pastam perfumes seculares
em seus altos caminhos.

Sonhos naufragados
atravessam espelhos, horizontes,
borbulham baixinho:

A poesia da rosa
é seu espinho.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

CULPA
Meus passeios
poluem o mundo.

Para ler,
gasto a luz de cidades inundadas.

A geladeira
esburaca a camada de ozônio.

Banhos longos
desertificam o planeta.

Para comer, beber, viver
gasto dinheiro (que nem ganhei).

Meus poemas
derrubam árvores.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


PARA MANOEL DE BARROS
Seu Nhonhô
morava no silêncio
e tinha cabelos de nuvens.

Era irmanado das águas paradas
e de quando em vez libélulas
punham ovos em sua cabeça.

Sua voz tinha falha de crostas
e vulcões invisíveis expeliam o nada por suas ventas.

Da última vez que o vi
estava árvore.

Quando foi cortado,
se cercou de cinza
e desandou a falar sem dizer.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

CORTE
Tenho sorte.
Ao menos tento forte
(mesmo que não acerte)
fazer do ócio, arte.

O tempo curto - corte.

Sem vida - morte.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


ÁGUA VIVA
Eu quero o poema cnidoblasto,
cheio de chatos nematocistos.

Que arde como os antigos emplastos,
estranho como os ornitorrincos.

Que ignore aqueles verdes pastos
e embriague como vinho tinto.

Quero o verso chato enigmático
que cante tudo e nada que sinto.

Que se danem o pássaro simpático
e as flores em formato de brinco.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

DELIVERY
Somos nazistas alienados
contribuindo semi-cegos
para os campos de concentração
de renda.

Criamos necessidades de consumo
inúteis
matando chances e gentes
ainda mais cegas.

Quem tem olhos,
tem bolsos
cheios
e milhões
de vendas.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro VICE-REI)

REVELAÇÃO
Eu me esqueci no armário.

Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!

Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.

Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.
Fabio Rochawww.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

(veja no Youtube)

NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL
Queria arrombar com versos pesados
as portas do Paraíso.

Escritos com o sangue dos expulsos
e a revolta das gerações infindas.

Queria voltar ao que nos pertence
com um poema
na medida
do impossível.
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(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

PRALARVAS
O que fica
da vida
vivida
pro amanhã?

Trabalho pra larvas.
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(do livro PRALARVAS)


PAPEL
De todo o silêncio
ouço só o esplêndido
silêncio das árvores.

Pois o silêncio de quem fala
e cala
é incompleto.

Por isso, ouço o silêncio
distante
das árvores que nunca vi.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro CAMINHO A MANHÃ)

WINDOW
Sou cavaleiro sem donzela
e meu escudo é uma tela.
Se eu não pensasse nela...
Suo frio na capela
se há casamento na novela.
Se eu não pensasse nela...
Sonho meu que não é meu:
já sonhava Romeu.
- Quem sonha? Ela ou eu?
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro A MAGIA DA POESIA)

UMBRAL
Estou trancado.
Lá fora
leões
que amo.
A casa encolheu
ou eu que cresci?
Estou armado até os dentes.
Eles têm fome.
Ouço seus rugidos.
(Algo em mim quer ser um monstro.)
Cansado de ferimentos
olho para a porta
a chave pesando a mão.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro O OUTRO )

SOL E CÉU
Fazer cada pequena coisa
perfeitamente
requer tempo e paciência
que temos em alguma árvore perdida.
Ouço suas folhas.
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(do livro ALQUIMIA)

ESCREVER LAVA
Geralmente é quando leio
que o silêncio crepita distante.
É preciso então parar.
Prestar atenção:
Uma folha em branco
para conter a luz
antes que se perca
no escuro labirinto do momento.
Sinto
no ar seco
a invisibilidade
a que aspiro.
E na catedral inexistente
acendo uma vela imaginária
com a palavra.
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(do livro ALQUIMIA)

SUBÚRBIO
As pessoas na rua
aplaudem
as casas sem campainha.
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(do livro LIBERDADE)

SEMELHANÇA NA DIFERENÇA
Filosofia e Poesia
são dois braços
de um mesmo dorso
esticados no esforço
de tocar
além do tempo.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

DO CRIAR CAMINHOS AO CAMINHAR
Atrás
das grades
da rotina
deixei a sombra
de um sonho
que não era meu...
Hoje, a vida plena
sorri em cada canto
de cada cômodo cômodo
que por mais que seja cômodo inclusive
deixo
quando dá na telha.
Criar
e curtir criadores...
Amar
sem contar
nem conter
amores:
movimentos de mãos
e de terra
e de tudo
maravilhosamente
i n c o n t r o l á v e i s.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

PONTAL
Pedra antes de tudo pedra
quantos infinitos
oceanos silenciosos
cheios de carinhos, algas e ostras
passaram sob ti?
E esse céu
pintado de auroras marginais
com sangue e vento
ornado de agora
desde sempre?
(Cresce verde em teus velhos musgos
e a noite vem enganar a todos
com a mudança)
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(do livro NO FIM, COMEÇO)


Mais poemas na voz do autor:
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ATENÇÃO: OS POEMAS DESTA PÁGINA SÃO DA AUTORIA DE FABIO ROCHA.
O autor permite utilização em outras páginas da internet, com as seguintes condições:
1 - Manter a autoria (Fabio Rocha);
2 - Manter o poema inteiro idêntico (título e versos);
3 - Colocar o endereço ou link deste site como fonte (www.fabiorocha.com.br).

Não deixe de passar na seção de Mestres para ler uma seleção de poemas de grandes autores.

















































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(Os poemas abaixo foram retirados dos e-books disponíveis gratuitamente para baixar aqui)
Poemas mais recentes (atualização diária):
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NÃO PISE NA GRAMA
Placa inútil e amarela:
"Não pise na grama."

Amarela
pela ausência de girassóis.

Inútil
porque não tenho os pés no chão.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

TUDO PELOS ARES
Somos anjos perdidos.
Asas mortas no chão
desde a primeira audição
da palavra impossível.
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(do livro TUDO PELOS ARES)


JANEIRO
O dourado vence o vermelho
no dia nascente.
A revanche: o crepúsculo.

Verão.
Estação de sonhos e ócio.
Já cheira a saudade
antes de esquentar.

Provar as bênçãos
dos bons arcanjos
em trajes de banho
sobre a areia branca

e a irregularidade
dos horizontes
das cidades
do interior
da alma.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

VENTO FORTE

(Para Mario Quintana)

O vento aqui não pára.

Nem um segundo,
nem um pouquinho.

Ah, se eu fosse moinho...

Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

OS PÁSSAROS?
O sol renascia.
Bocejadamente abri a porta.
O horizonte se escondia atrás das árvores.

Entro no estábulo de folha
e alimento minha criação.
Do balde ao chão:
consoantes, dígrafos, cedilhas...

Comem caladas.
Levo duas ao colo e as embalo,
dou tapas nas costas, faço de tudo
mas não rimam.

Foi quando estranhei um estranho estranho ali parado.
Sem métrica para prendê-las,
todas voaram, cheias de sons pensados,
para seus olhos.
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(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

DA TENTATIVA
Quis fazer um poema triste.
Mas triste estou eu, não o poema triste.
(Celulose com rugas no carpete.)

Tento fazer um verso frio.
Mas frio é esse tempo excomungado, não o verso frio.
(Alvidez alvidrada janela abaixo.)

Imagino um soneto morto
e vejo que a folha não respira.

- Medusa, olha essa poesia!

Com pena idiossincrática,
deito a pena esferográfica.
(Talvez se eu falasse de lagartixas...)
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(do livro TUDO PELOS ARES)

TANGO MIO
Perdi o passo.
Sem equilíbrio,
pisei no pé do caos.

Meu ócio antigo
se embriagava no bar,
cercado de inimigos.

O sonho não realizado
fumava-se, cabisbaixo,
num degrau abaixo.

Adivinhei minha esperança inteira
lá fora, no beco de Bandeira,
mendigando.

Ah, se em minha alma
tocasse funk...
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ALEGRIA
(Para Drummond )

E eu aqui nesta cidade,
cercado de realidade,
aumentando a minha idade,
alérgico a felicidade,
procuro flores no asfalto.
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(veja no Youtube, com piano de Fábio Neto)

INFÂNCIA
No vento,
Pedrinho perdeu
sua sombra.

- Cadê tua sombra, menino?
Gritou a mãe.

- Só não perde a cabeça porque está presa no pescoço.
Disse a vó.

Pedrinho ria a danar.

Depois foi estudar
enquanto a sombra brincava
de ser noite.
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VICE-REI
Eu sempre estendi as mãos
para as borboletas...

Abria os braços
para o passado saudoso...
para o futuro sonhado...
mas nunca tocaram em mim.

Hoje, fiquei imóvel
e uma pousou no meu pé.
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O GATO
De quando em vez
esse ser equilibrado
de aparente ausência assimilada,

esse eu sério, de óculos, barba,
poucas palavras e sorrisos,
desce da altura medida.
A vista míope enturva, escurece.
Dentes trincados não fazem preces.
A lentidão de pernas e braços
destransforma-se em negro gato.
Gato ágil que arranha de angústia rouca
tão profundo, tantas vezes, tanta gente...
vai embora num relampejar de luz pouca
e sou eu quem se arrepende.
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QUADRO DEPRESSIVO
Dentro em mim vermelho
caem muros altos
de castelos musgos
lentamente frios.
Escombros do todo.
Não desejo saber
que parte da arte
partiu primeiro.
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SPAM
Emagreça
dormindo:
morra.
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PSICANÁLISE FREUDIANA
Agarro a gruta
pela goela
com força bruta
olho em seus olhos
meus:
morte.
Dentes trincados
pelos eriçados
um gato que foge
pro escuro
por mais que se aperte.
(Seu tempo acabou)
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PRECIOSIDADE
Valéria tem olhos de medo
como o dos pássaros
pequenos e frágeis.
Há agitação
sob as camadas
de sua plenitude
alva.
Cabelos e plumas se confundem
no lume
que vejo
e que imagino...
Valéria
fala pouco
mas olha muito.
Pra mim, basta.
E sigo, besta
a escrever muito
e falar pouco.
Ah, se nossos silêncios
se tocassem...
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CONVOCAÇÃO
Venham a mim os loucos
os roucos, os poucos
os perdidos, vencidos e poetas!
Juntem-se a mim
rasgando gravatas
e quebrando televisores!
Sigamos o longo e solitário caminho
que leva a nós.
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CONS-TATO
Sabe essa falta
dentro do peito
na madrugada?
Essa que Drummond
chamou de ausência
e tirou pra dançar?
Eu não sei dançar com ela.
(Então aperto-a
sinto-a plenamente entre minhas mãos
e deixo cair
o pó de palavras
quente.)
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PAZ
Vou sem pressa
para a casa
que há em mim.
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AMAR: QUEIMAR AMARRAS
Na tempestade tátil da mão
ao vento susurros certeiros
cuspir com fogo de dragão
e sabor de nevoeiros...
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A CECÍLIA MEIRELES
Cantos serenados
cruzam etéreos crepúsculos.

Nuvens douradas
pastam perfumes seculares
em seus altos caminhos.

Sonhos naufragados
atravessam espelhos, horizontes,
borbulham baixinho:

A poesia da rosa
é seu espinho.
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CULPA
Meus passeios
poluem o mundo.

Para ler,
gasto a luz de cidades inundadas.

A geladeira
esburaca a camada de ozônio.

Banhos longos
desertificam o planeta.

Para comer, beber, viver
gasto dinheiro (que nem ganhei).

Meus poemas
derrubam árvores.
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PARA MANOEL DE BARROS
Seu Nhonhô
morava no silêncio
e tinha cabelos de nuvens.

Era irmanado das águas paradas
e de quando em vez libélulas
punham ovos em sua cabeça.

Sua voz tinha falha de crostas
e vulcões invisíveis expeliam o nada por suas ventas.

Da última vez que o vi
estava árvore.

Quando foi cortado,
se cercou de cinza
e desandou a falar sem dizer.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

CORTE
Tenho sorte.
Ao menos tento forte
(mesmo que não acerte)
fazer do ócio, arte.

O tempo curto - corte.

Sem vida - morte.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)


ÁGUA VIVA
Eu quero o poema cnidoblasto,
cheio de chatos nematocistos.

Que arde como os antigos emplastos,
estranho como os ornitorrincos.

Que ignore aqueles verdes pastos
e embriague como vinho tinto.

Quero o verso chato enigmático
que cante tudo e nada que sinto.

Que se danem o pássaro simpático
e as flores em formato de brinco.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro TUDO PELOS ARES)

DELIVERY
Somos nazistas alienados
contribuindo semi-cegos
para os campos de concentração
de renda.

Criamos necessidades de consumo
inúteis
matando chances e gentes
ainda mais cegas.

Quem tem olhos,
tem bolsos
cheios
e milhões
de vendas.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro VICE-REI)

REVELAÇÃO
Eu me esqueci no armário.

Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!

Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.

Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.
Fabio Rochawww.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

(veja no Youtube)

NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL
Queria arrombar com versos pesados
as portas do Paraíso.

Escritos com o sangue dos expulsos
e a revolta das gerações infindas.

Queria voltar ao que nos pertence
com um poema
na medida
do impossível.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NA MEDIDA DO IMPOSSÍVEL)

PRALARVAS
O que fica
da vida
vivida
pro amanhã?

Trabalho pra larvas.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro PRALARVAS)


PAPEL
De todo o silêncio
ouço só o esplêndido
silêncio das árvores.

Pois o silêncio de quem fala
e cala
é incompleto.

Por isso, ouço o silêncio
distante
das árvores que nunca vi.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro CAMINHO A MANHÃ)

WINDOW
Sou cavaleiro sem donzela
e meu escudo é uma tela.
Se eu não pensasse nela...
Suo frio na capela
se há casamento na novela.
Se eu não pensasse nela...
Sonho meu que não é meu:
já sonhava Romeu.
- Quem sonha? Ela ou eu?
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro A MAGIA DA POESIA)

UMBRAL
Estou trancado.
Lá fora
leões
que amo.
A casa encolheu
ou eu que cresci?
Estou armado até os dentes.
Eles têm fome.
Ouço seus rugidos.
(Algo em mim quer ser um monstro.)
Cansado de ferimentos
olho para a porta
a chave pesando a mão.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro O OUTRO )

SOL E CÉU
Fazer cada pequena coisa
perfeitamente
requer tempo e paciência
que temos em alguma árvore perdida.
Ouço suas folhas.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro ALQUIMIA)

ESCREVER LAVA
Geralmente é quando leio
que o silêncio crepita distante.
É preciso então parar.
Prestar atenção:
Uma folha em branco
para conter a luz
antes que se perca
no escuro labirinto do momento.
Sinto
no ar seco
a invisibilidade
a que aspiro.
E na catedral inexistente
acendo uma vela imaginária
com a palavra.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro ALQUIMIA)

SUBÚRBIO
As pessoas na rua
aplaudem
as casas sem campainha.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro LIBERDADE)

SEMELHANÇA NA DIFERENÇA
Filosofia e Poesia
são dois braços
de um mesmo dorso
esticados no esforço
de tocar
além do tempo.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

DO CRIAR CAMINHOS AO CAMINHAR
Atrás
das grades
da rotina
deixei a sombra
de um sonho
que não era meu...
Hoje, a vida plena
sorri em cada canto
de cada cômodo cômodo
que por mais que seja cômodo inclusive
deixo
quando dá na telha.
Criar
e curtir criadores...
Amar
sem contar
nem conter
amores:
movimentos de mãos
e de terra
e de tudo
maravilhosamente
i n c o n t r o l á v e i s.
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)

PONTAL
Pedra antes de tudo pedra
quantos infinitos
oceanos silenciosos
cheios de carinhos, algas e ostras
passaram sob ti?
E esse céu
pintado de auroras marginais
com sangue e vento
ornado de agora
desde sempre?
(Cresce verde em teus velhos musgos
e a noite vem enganar a todos
com a mudança)
Fabio Rocha www.fabiorocha.com.br
(do livro NO FIM, COMEÇO)


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"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia ( ...)."


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...

Esta é a casa onde Cora Coralina viveu a maior parte da sua vida. A casa foi transformada em museu.


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